Professores de pós-graduação e o enfrentamento do ensino remoto emergencial: a superação da insegurança e imperícia pela súbita imersão na docência mediatizada pelas TDICs

O presente artigo, elaborado ao final do segundo ano letivo durante a pandemia causada pela COVID-19, traz a vivência de professores de pós-graduação na súbita imersão na docência mediatizada pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação –TDICs. Tomamos como objetivo analisar seus sentimentos e reflexões buscando indicadores de fatores que tenham sido facilitadores para o enfrentamento e adaptação à intensa digitalização de seu trabalho. Embasaram nossa análise o conceito de pessoa de Henri Wallon, síntese das funções motoras, afetivas e cognitivas e os três perfis básicos do professor segundo Zabalza: pessoa, profissional e trabalhador. A articulação destes dois conceitos permitiu analisar a pessoa do professor, suas reflexões e emoções em seu desempenho profissional e a respeito dele. As informações foram produzidas a partir de nossa própria experiência como professoras de pós-graduação, conversas com colegas na Pontifícia Universidade de São Paulo – PUC-SP, e um conjunto de entrevistas com professores da pós-graduação em musicoterapia da Faculdade Santa Marcelina que receberam aqui nomes fictícios. A partir de uma visão geral de como as instituições aqui focalizadas, nas quais atuamos, forneceram suporte e formação aos professores, e da escuta deles sobre como viveram o enfrentamento desta realidade, dificuldades e conquistas, adquiriu destaque o suporte do ―outro‖, as redes de apoio. Assim, ações de suporte e formação que sempre foram fundamentais, adquiriram destaque especial nesse complexo contexto que a pandemia forjou para a educação e que nos tem apresentado infinitos desafios.