Por uma cultura digital nas práticas de pesquisa e ensino em humanidades: reflexões sobre o uso de ferramentas digitais no dia-a-dia da Ciência da Informação

Fecha

2018-11

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Editor

Universidad Nacional de Rosario. Facultad de Humanidades y Artes

Resumen

Em recente experiência de tornar práticas ligadas ao universo das Humanidades Digitais grosso modo mais familiares no escopo do programa de pós-graduação em Ciência da Informação PPGCI do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pudemos perceber o quanto algumas ações de alunos e professores já tangenciam este universo enquanto outras são de total desconhecimento de ambos. No primeiro semestre de 2018 foi ministrado um curso de Python, linguagem da programação, para pesquisadoras e pesquisadores do programa de pós-graduação, assim como para seus alunos. A ideia adquiriu concretude a partir do momento que se pode perceber o quanto vários estudantes demonstraram interesse em aprender uma linguagem de programação para que pudessem realizar diversas atividades de pesquisa nas quais o emprego de um tratamento computacional competente para buscar grandes volumes de dados em bases externas ou nas mídias sociais fazia-se mais e mais urgente. Juntamente com o processo de produção de competências tecnológicas e em informação no sentido do curso python realizado, foi realizado uma disciplina cuja tarefa final era a de produzir verbetes, e conteúdo no formato de tutorial, sobre ferramentas digitais comumente encontradas em listas de centros, laboratórios e departamentos de Humanidades Digitais e utilizadas por essa mesma “comunidade de práticas” (Alves, 2016). Para Alves a ideia de comunidade é clara desde antes do surgimento da internet, mas é com o crescimento do uso comum de ferramenta iguais assim como de metodologias, associado à auto percepção de uma coletividade voltada a tais práticas, cada vez mais global que o termo ganha aderência em uma possível tentativa de responder o que seriam as Humanidades Digitais. A intenção primeira era a de possibilitar meios pelos quais outros pesquisadores tivessem acesso a conteúdo explicativo e crítico em português de forma que pudessem conhecer e utilizar algumas dessas ferramentas. É notório que em grande maioria todas elas eram acompanhadas de informação em inglês. Além disso, o vocabulário técnico também tornava a compreensão difícil por um pesquisador de humanidades sem conhecimento prévio. Já a segunda tratava de diminuir, por meio de disciplinas, cursos e atividades encampadas no âmbito de um laboratório de humanidades (o Laboratório em Rede de Humanidades Digitais do IBICT) digitais recentemente implementado, o gap de competências e conhecimentos entre esses dois universos: das ciências humanas e da computação. Desenvolver o curso, uma disciplina para alunos de mestrado e doutorado em Ciência da Informação, e um laboratório são todas práticas difíceis e, por vezes, produzidas apesar da falta de flexibilidade (Spiro, 2015) curriculares e de oportunidades de dialogia entre profissionais, pesquisadores e seus praticantes. Este trabalho, portanto, busca contribuir para uma análise acerca de um conjunto de práticas, ainda em andamento, e adquirir a partir da mesma retorno de pares que tenham passado por experiências similares. Por fim, apontamos como balizas conceituais a ideia de centro de cálculo e periferia de Bruno Latour, juntamente com o debate sobre HD do hemisfério sul, de Domenico Fiormonte.

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Palabras clave

Cultura digital, Práticas da pesquisa, Ensino, Humanidades

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